domingo, 9 de dezembro de 2012

O MUNDO DA MUITAS VOLTAS


O ponteiro do relógio dá vinte e quatro voltas completas na circunferência, rodando sobre seu eixo para que se complete o ciclo de um dia.
As meninas quando brincam dão meia volta e volta e meia na ciranda cirandinha...
O garoto maroto dá uma volta na menina e sai com uma nova moça para uma noitada. Moça que logo depois, ele deu uma volta e meia para voltar ao amanhecer aos braços da menina amada.
Menina que, escaldada e revoltada, deu volta sobre volta no garoto maroto, e depois de vingada, disse ao garoto: Não tem volta!
O ente querido, enfermo, moribundo, não resiste e entra no mundo sem volta, mais vira e mexe volta, na memória daqueles que sente a sua falta...
Viajantes vão, e depois voltam, a saudade de quem se foi insiste, volta sempre...
O marido traído, deseja que a traidora vá, e nunca mais volte... O seu coração, quer que ele vença o orgulho, e a deixe arrependida voltar...
O velho deseja voltar à infância. A mãe deseja que seu filho adulto, volte a ser o seu bebê.
Não importa, quantas voltas levou, quantas deu... O importante é saber que, (o mundo dá muitas voltas)se hoje tu sofres, amanhã ao amanhecer o sofrimento sessará, se velho demais estás para agir, novo te faz o entendimento para reagir e dar a volta por cima...
De uma volta e volte e meia em seus críticos, confunda, enlouqueça-os... Olhe em sua volta! há alguém neste mundo mais importante que você?
Eu aposto tudo que está em minha volta. Nada pode te derrotar, você é Fera!!!



terça-feira, 13 de novembro de 2012

DIA E NOITE, NOITE E DIA

Certa feita um homem chamado Jó amaldiçoou o dia em que nasceu...
Nas nossas vidas houveram dias que não deveriam ter existido, mas a vida é assim...
Dias de angústia, noites de dor...
Choros e prantos, ranger de dentes...
Desilusão, desamor, desavenças e desacertos não deveriam existir, más existem... existem para que como Jó, venhamos a sofrer, sofrer calados, ou sofrer gritando e amaldiçoando os dias, e também as noites de sofrimento e angústias que esta vida muitas vezes nos proporciona...
Assim também como aquele homem, seremos dignos de sofrer os nossos carmas, as nossas provações... Amaldiçoar o dia que nascemos, ou as noites que sofremos, más nunca se rebelaremos contra o Criador do mundo, do sistema solar, do ciclo de dias e noites... porque assim como dias tristes e noites dolorosas vieram, também virão dias e noites maravilhosas que vamos lembrar e celebrar pro resto de nossas vidas...
Vamos celebrar e vida, não desistindo nunca, enfrentando dias e noites sombrios, e celebrando os dias e as noites maravilhosas que tivemos e que ainda teremos, exaltando e agradecendo ao Criador por tudo isso...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estou na torcida por você

Ainda me lembro do seu primeiro dia de aula, ainda guardo recortes de revistas que você fez para formar as primeiras frazes da sua vida...
Quanto orgulho senti quando no dia dos pais, junto a um presente maneiro, um bilhete com sua letra torta e meio sem forma me homenageava dizendo: fElIz dIA DoS pAIs, eU tE aMo Do fUnDo Do MeU CorAcAo! Tudo está bem guardado, entre os meus documentos, dentro do meu coração...
Não me contia de alegria, eu tinha certeza, você seria o melhor... Você seria diferente de mim, (que não tive a mesma sórte) -embora eu gostasse de estudar, meus estudos sempre foram interrompidos, pelas muitas separações dos meus pais, que por conta disso me tiravam da escola-, pelo menos você estava tendo a chance de estudar, seu pai e sua mãe sempre te incentivaram, e nunca te tiraram da escola, por nenhum motivo, apesar das dificuldades...
Um filho estuda não somente para dar orgulho aos seus pais...
Um filho estuda para ter dignidade, para ser alguém na vida, estuda para não precisar ser direcionado, e muito menos inganado ou manipulado por ninguém...
Sinto falta daquele filho dedicado a aprender algo, daquele filho que tinha orgulho de chegar da escola e cantar as musicas educativas que havia aprendido, " b a ba, ba, b e be, be , b i bi..." Tabém sinto falta daquelas viagens de ônibus em que no meio do caminho você me chamava a atenção para mostrar o letreiro, a placa de rua... Que você acabara de ler, eu tinha certeza, este meu garoto tem futuro!!!
O que aconteceu meu filho? Cadê você? Você não é esse cara que está querendo ser... Perdeu o desejo de impressionar seu pais? Tudo bem, eu entendo, você cresceu e percebeu que eu sou cheio de defeitos, más não pode nunca desistir de si mesmo... É o seu futuro que está em jogo, são seus filhos que virão que você vai precisar impressionar a partir desta transição adolescência/adulto...
Não entregue seu futuro à sorte, faça acontecer, não deixe que manipulem você como se fosse marionete, porque o mundo de hoje é muito competitivo, e não se expante se amanhã, aquele que te induz ao erro hoje, te passar a perna...
Reaja, enquanto a tempo, eu conheço a sua capacidade e sei que você pode muito mais que isso, se eu não mereço, faça isso por você, pela mulher que você vai amar e casar, e por seus filhos que virão, que eu vou ficar aqui, sempre TORCENDO POR VOCÊ...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Remédio para falta de macheza


Todo bom caçador não entra na mata sem suas tralhas, seu emborná, sua cartucheira, e seu cão farejador...
Dente de alho no bolso, camisa amarrada com nó cego na altura do umbigo garantem que as cobras peçonhentas mantenham distância, fumo de corda enrolado em palha, quando aceso, pernilongo nenhum resiste (não só eles)...
Todo bom caçador tem suas manhas e superstições...
Seu Antéro, veio de minas com toda a sua família morar por algum tempo em São Paulo, embora morasse no interior deste estado, não ficou por muito tempo por ali... Certo dia pegou a todos e se mudou para o Acre. Foi viver a vida ao seu jeito... Ali ele podia caçar à vontade... Quase todos os dias embrenhava mata adentro, e nunca voltava sem novidades...
E como gostava de contar história... Quando parava para contar suas peripécias, tinha que ter paciência para ouvir... (pensa que é só pescador que aumenta, suas histórias?) Certa vez voltou ao bairro onde morava em São Paulo, e cheio de histórias mirabolantes, encantava a todos alí no barzinho da Maria... Chegou com uns pedaços de nervos, e dizia a todos que aquilo ali era "pica de anta" (dos animais que "dizia",caçava aos montes lá no Acre) e que servia de remédio afrodizíaco... Homem bom de proza, não demorou muito para convencer a muitos ali, e vender vários daqueles nervos que dizia ser afrodizíaco (pica de anta), se a "pica de anta" resolveu algum problema de falta de macheza da velharada que dera ouvidos ou seu Antero, não se sabe, o que se sabe é que ninguém voltou para reclamar... E que, os trocados que seu antero arrecadou com a "marretágem", foram suficiêntes para não deixar suas contas penduradas no bar da Maria...

sábado, 28 de julho de 2012

O tenente, o rábula e o juiz

No sertão de Pernambuco, décadas passadas, os delegados eram escolhidos dentre os tenentes da polícia pernambucana. Invariavelmente, o critério da escolha era, além da divisa de oficial, a valentia. Quanto maior a bravura, melhor. Era designado prioritariamente. Se tivesse então trocado fogo com Lampião, ou com o bando dele, maior a cotação e o cartaz. Se a valentia era grande, a cultura era nenhuma. Os delegados do sertão pernambucano, na sua totalidade, eram analfabetos e dos bons.
Feito este intróito, indispensável à clareza do que vai avante, segue-se o relato ocorrido na cidadezinha dos Malta.
Foi para lá nomeado delegado um desabrido tenente, da Força Pública local. Homem macho, que não rejeitava parada, por mais indigesta que fosse. Assim que foi nomeado, por portaria, delegado da localidade, quis logo testar seu poder. Bastava que alguém olhasse para ele um pouco mais demorado, para ouvir logo o berro:
- Teje preso, seo bandido! Nunca viu delegado em sua vida? Pois tá preso, até segunda ordem.
Para encerrar a advertência, saltava correndo o latinório dura lex, sed lex, que, para sua santa ignorância, era dito assim:
- Comigo é no duro: séde léque, séde, léque!
E acrescentava:
- É pra prová a minha portaria de nomeação.
Sucedeu então que um rábula, um tanto apressado, requereu um hebeas corpus. Concedida a ordem pelo juiz da comarca, apresentou-se à polícia, com a ordem de soltura imediata.
- É para soltar o homem, seu tenente.
- Soltar quem?... O preso tá preso e bem preso.
- É uma ordem de habeas corpus, tenente - redarguiu o rábula.
-Bescorpo não manda aqui, não.
Quem manda aqui é o doutor juiz... Ninguém mais. Séde léque, séde léque.
E quase, quase o delegado não dava cumprimento à ordem judicial.




Texto escrito pelo advogado Paulo José da Costa JR., no jornal TRIBUNA DO DIREITO, que foi estraído do livro Crônicas de um Criminalista, Editora Saraiva.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O AMOR, AH O AMOR !

Amor que faz menina levada pular a janela do seu quarto,de madrugada só pra se encontrar com a pessoa amada. Amor que a menina escolheu pra si. Por ele seu coração bateu mais fórte, foi por ele que também arriscou a própria sórte... Menina pura, protegida a sete chaves pela mãe e pelos irmãos. Que encontrou no amor a esperança misturada com a certeza, de que vale a pena ser feliz ao lado do seu amado custe o que custar...
O amor arde em seu coração, deixou de ser ilusão, transpôs a barreira da paixão. No momento da transição a menina tomou uma decisão... De caso pensado ou premeditado, resolveu, se renderia aos encantos de seu amado, seu principe encantado merecia conhecer seu íntimo, estava preparada.
O amor fez a menina perder a razão, más o que é a razão, diante da paixão que em plena transição estava se tornando amor? fosse dar ouvidos à razão e não se encontraria com seu amado nunca. Se dependesse da vontade de seus irmãos e de sua mãe, nunca se encontraria nas madrugadas frias com seu amado, não sentiria seu cheiro, não beijaria sua boca, muito menos sentiria o calor do seu corpo. Porisso espereva todos dormirem, e silenciosamente colocava a cadeira proximo à janela e sorrateiramente todas as noites fujia de casa para se encontrar com seu amado, só retornava lá pelas tantas da matina.
Que se dane a razão, eu quero é ser feliz, encontrei alguém com quem quero dividir meus sentimentos, minhas elegrias, minha vida... Meu amor me espera, pra mais uma noite de viagem à felicidade...
Não fosse fórte o anjo da guarda da sua mãe e a menina perderia a sua pureza antes do tempo... Oportunidade não faltou, más, tanto a menina louca de amor, quanto o seu príncipe encantado, esbarraram na ansiedade e inesperiência...
A menina sapéca, levada da bréca estava certa, valeria à pena se arriscar por seu amor incondicional, tanto que por muito tempo continuou pulando a janela de casa, para no frio da madrugada se encontrar com seu amado. O calor do seu corpo, o doce do seu beijo... Ele a tratava de um jeito tão doce e ao mesmo tempo tão selvagem que as suas pernas até estremeciam. Louca de amor, de desejo, de paixão, a menina não conseguia conter a emoção daqueles momentos maravilhosos, e os encontros às escondidas já não ficara mais no anonimato, logo os vizinhos de sua mãe começaram a comentar as "barbaridades" que achavam ver, e não demorou muito para aquela mãe religiosa descobrir as peripécias de sua menina única, e em um momento de puro desespero de mãe, misturado com imaturidade para lidar com situações adversas, entra em uma discussão ferrenha com a menina doida-varrida de amor. Não deu outra, na ignorância de mãe que ama um filho, resolveu diciplinar a sua filha a colocando pra fora de casa para ver se sua menina refletia sobre o "mau" que fizera e se arrependesse...
A menina estava louca, más estava louca de amor, e não da cachola. Foi procurar o seu amado para saber se poderia ficar morando com ele, e o rapaz também louco de amor aceitou na hora, juntaram os "panos de bunda" e foram morar juntos.
Coitada daquela mãe sofredora, sem saber, entregou sua filha amada, pura como veio ao mundo para viver uma vida de casada com um rapaz que a conhecia a muito pouco tempo (quatro meses). Mais uma vez o anjo da guarda daquela mãe desesperada a ajudou, pois o moço que namorava a menina a amava com a mesma intensidade, e a recebeu como esposa, e daquele dia, até os dias de hoje já se passaram mais de 8.700 dias de puro amor. Juntos estes dois meninos são muito felizes, sentem um pelo outro nos dias de hoje, mais tezão do que no início onde reinou a inesperiência, conhecem um ao outro como a palma da mão, fazem votos para juntos para viver até que a morte os separe, como um dia mais tarde juraram diante do altar de Deus e serem felizes para sempre.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Meninos cantores

Menino carente, desde que se conhece por gente, se aproxima de gente, e com isso se sente mais gente.
Seus primeiros amigos foram seus irmãos. Foi ao lado deles que brincou de esconde-esconde, polícia e ladrão, futebol de botão, bolinha de gude e pião. Também ao lado de seus irmãos desafiou as leis do pai que era muito bravo e rigido. Certa vez sairam pelo bairro a brincar e se afastaram de perto da casa dos pais sem avisa. O pai que era muito rigido e bravo tinha por costume assobiar para chamar os ilhos para dentro de casa. Era o aviso. Apos o assobio quem estivesse na rua teria que entrar imetiatamente. O pai bravo assobia a primeira vez. nada de resposta. assobia mais umas duas vezes e nada de resposta dos moleques fujoes... eles nao ouviram o chamada,não responderam o assobio e muito menos caminharam para casa como de costune. Eles nesse dia como estava muito calor decidiram que iriam a uma mina d"agua que tinha ali perto de sua casa para se refrescarem um pouco... O pai cansado de chamar resolveu sair a procurar os fujoes. Ja separou uma bela varinha de marmelo e saiu ao encontro dos desobedientes.
Aquela tarde na mina para os meninos estava sendo uma maravilha so... As roupas separadas para nao molhar na agua fria,enlameados e molhados os meninos se divertiam e cantavam. Onde vai com essa roupa tao danada Maria se na cacimba nao tem agua pra lavar... Tudo muito bom, tudo muito bem se nao fosse o fato de que o pai bravo ja estava ha muito tempo a sua procura. O fato e que com a chegada do pai a cantoria se tornou em vchoro, lagrimas e gritaria e tambem rendeu umas boas riscas nas pernas, causados pelo atrito da vara de marmelo.Tudo isso por não terem ouvido o sonido do assobio do pai bravo. Enquanto a vara cantava nas nas canelas secas dos meninos fujões, o pai bravo também cantava ao mesmo tempo que educava os meninos ao seu modo... O pai batia e cantava a mesma canção que os meninos entoavam antes do pai bravo chegar... Talvez por estarem cantando e fazendo barulho na água da mina, não escutaram o assobio do pai, sinal claro que a hora de brincar chegava ao fim, e de que de onde estivessem teriam que largar tudo e correr pra casa para ajudar nos afazeres domésticos...
Maldita música. Enquanto o Toninho cantava, " onde vai com essa roupa tão danada Mariá? se na cacimba não tem água pra lavar..." Dinei e seu irmão o acompanhavam. Cantavam e arrastavam a bunda na lama, e depois pulavam na água represada da mina onde se limpavam, ou melhor, no começo se limpavam, mas na hora em que a brincadeira foi interrompida, já não se distinguía o que era lama, e o que era água limpa... Foi ai que o pai bravo e já cansado de tanto assobiar chegou e pos fim a brincadeira e com o "chico doce" ditava o rítmo da dança...
Dizem que depois deste dia, nunca mais os meninos fujões cantaram aquela música maldita.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Meu avô palmeirense

Palmeiras campeão da Copa do Brasil...
Qual família de palmeirense não tem um corintiano como membro, e vice versa? Ou qual familia de corintiano que não tem um sãopaulino...?
Na quarta-feira, quando o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil, além de me lembrar de grandes e ilústres amigos que tenho que são palmeirenses, (não vou nem citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém) me lembrei do mais ilústre de todos, o patriarca da família da minha mãe, meu avô João. Se não me falha a memória, na minha família, palmeirense eram só meu vô João e meu tio Beto.
Todos os domingos o vô João seguia um mesmo ritual, acordava cedo,ia à feira a uns cem metros de sua casa, quando voltava sentava em seu sofá grande, com lugar para aproximadamente seis, e acompanhava as noticias de esporte no programa semanal, Esporte Espetacular, acompanhava ali todas as notícias da jornada esportiva daquele domingo...
Sempre sentado no mesmo canto do sofá, vô João acompanhava também os programas dominicais, más na expectativa que chegasse logo a hora do jogo do seu Palmeiras, para ver seu time jogar, e se não fosse televisionado, ele acompanhava TV até o horário do jogo, e quando o jogo ia começar, ele corria para seu quarto para ouvir o jogo no seu motorádio, sempre ligado nos 1000 ouvia a narração de Osmar Santos. Era o único momento, fora os dias que ele não estava, que alguém ousava sentar no lugar do "Barão" ao sofá -ele se parecia muito com o Barão do Rio Branco, da nota de um mil cruzeiros, e por conta disso era chamado de Barão no bairro onde morava, menos por nós, pelo menos na frente dele ninguém tinha coragem de chemá-lo de Barão-.
Vô João era um homem muito trabalhador, desde quando veio da Bahia para São Paulo começou a trabalhar na construção civíl, e de tão esforçado e apaixonado pelo trabalho, se tornou Mestre de Obras e comandava as equipes nas obras que tocou por São Paulo afora. Sempre muito sereno e educado, nunca ouví um palavrão sair da boca do meu avô, nem mesmo quando o juiz roubava o seu Palmeiras...
Quantas saldades do meu avô, a gente tocava o terror na casa dele e ele sempre muito paciênte, nós so nos aquietávamos quando minha avó, dona Dé intervia...
Naquela época eu nem pensava em acompanhar futebol, más me lembro bem que a vinheta do esporte espetacular era a mesma de hoje, tocada de uma forma diferente, quem apresentava era o Léo Batista, nos intervalos comerciais reinavam as duchas corona e sua vinheta, e também o creme dental Kolinus...
Que saldade daquela época, tudo tão lindo, tão poético... Acho que herdei bastante coisa do caráter do meu avô, entre elas, a serenidade e o gosto por construção e arquitetura. Más se tem uma coisa que dou graças a Deus por não te-lo "puchado" foi o amor pelo Palmeiras, senão assim como ele, seria uma minoria entre o bando de loucos Corintianos que reinam nesta família.
Se vivo estivesse tenho certeza, que colocaria sua camisa do porco, e comemoraria muito, más sempre com muita serenidade, más que ele ficaria muito feliz, ah isso ficaria, ainda mais depois de doze anos sem soltar o grito de campeão de um campeonato tão importante.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Corinthians campeão invícto da libertadores!!!!

Casinha de barro, TV colorado, imagens em preto e branco, 13 de outubro de 1977,todos reunidos para ver a grande final. Em campo Corinthians e Ponte Preta, nas arquibancadas mais de 130 mil pessoas, a grande maioria torcedores do Corinthians. Em frente à TV colorado, meu tio Gildo, meu primo Sergio ( sãopaulinos doentes), meu pai Jose, eu e meus irmãos menores. Na verdade, eu e meus irmãos estavamos mais brincando do que assistindo ao jogo, pois nós preferiamos mesmo era assistir aos desenhos animados de Walt Disney, ou o seriado do Topo Gigio... Entre um grito ou outro corriamos para a frente da TV para ver o que estava acontecendo. De repente a euforia tomava conta daquele lugar, meu tio e o meu primo que até então estavam sarreando o meu pai se calaram, e o meu pai (como que por vingança) começa a gritar e descontar as afrontas daqueles dois... Corri para frente da TV e pude rever em replay, o motivo de tanta euforia do meu pai. Falta na ponta direita, Zé Maria levanta a bola na área; Basílio toca de cabeça, e a sobra é de Vaguinho, que solta uma bomba de pé esquerdo; a bola explode na trave, e volta para Wladimir, que cabeceia em cima do zagueiro Oscar; e ela volta para Basílio, que solta o torpedo de pé direito e estufa as redes. A partir daquele momento, até o final do jogo, não desgrudei os olhos da TV, e quando o árbitro apitou o final da partida, que eu vi aquela festa que a Fiel torcida cointiana fez, eu me apaixonei por futebol, e principlmente por aquele time poderoso que tinha feito tantas pessoas chorarem e se alegrarem ao mesmo tempo, a partir daquele dia, eu me converti em um fiel, louco e apaixonado pelo Corinthians. Muitas outros títulos, eu vi este time ganhar, muitas alegrias me fez sentir, muito orgulho me fez ter dele, um amor eterno nasceu, tanto amor não se explica, só sei que é tanto, que nem nos momentos difíceis não desisti de amá-lo... Muitas águas rolaram, muitas coisas passaram... O primeiro campeonato brasileiro só veio após 80 anos de sua fundação, em um ano de trevas, fomos parar na segunda divisão. Más batemos o pó, levantamos das cinzas e renascemos... Carregamos por muitos anos a "fama" de time caseiro, por não ter ganho nenhum título da libertadores, mesmo após cem anos de fundação... Más por mais incrível que possa parecer, ésta nação fiel e apaixonada por seu time nunca parou de crescer... Como bem diz o maior livro da história, a bíblia, o amor, tudo suporta, tudo supera... E hoje, quase 35 anos após o dia 13 de outubro de 77, tivemos a chance de derrubar este "fantasma" que nos perceguia... As casas não são mais de barro, ou de pau a pique, a TV, não é mais de tubo, de válvula, ou preto e branco, a população, não é mais de 120 milhões, más certamente estavam reunidos em uma casa, corintianos, anti-corintianos, crianças que mais preocupadas estavam em acessar Mais preocupadas em acessar o facebook, ou de assistir uma família da pesada, pikachu, os Simpsons... Que quando ouviram a gritaria, os fogos, a choradeira e as comemorações dos seus pais, ou a tristeza e descepção dos anti-corinthianos, olharam para a TV e sentiram na pele a emoção do maior manifesto de amor que uma torcida pode fazer por seu time, e certemante, no coração de milhares destas crianças está nascendo o amor puro, verdadeiro e eterno, sejam bem vindos novos torcedores da nação corinthiana! Solta o grito ai nação de todas idades, de todos os tempos, de todos os Estados do Brasil.. Comemora que nossa hora chegou, valeu a pena esperar pra sentir ésta emoção indescritível que é só nossa, e de mais ninguém... Parabéns nação corintiana! Corinthians campeão invícto da Copa Libertadores da America!!!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Brincando com os amigos

O sombra estava assoprando aos quatro cantos pra quem quisesse ouvir que: Desesperado para que seu filho pela saco não se bandasse para o lado do bando de loucos, ( em alta, depois que ganhou o brasileirão 2011, vai ganhar a libertadores 2012 e rumo a Tókio) levou seu rebento para conhecer a estrutura do "Único Morumbi", quando chegou lá, realmente tudo bem cuidado, tudo de primeira... O pai olhou o filho deslumbrado com tudo aquilo pensou, agora ele sai do armário de vez e assume a tricoloridade... Menino cheio de marra este pela saco. O pai todo esperançoso que ele viraria bambi de vez, e de repente o garoto pergunta, pae, pae! não foi nesse estadio que o Corinthians ganhou muito dos seus maiores títulos? Não foi aqui que ganhou o paulistão de 77 em cima da Ponte Preta diante de mais de 130 mil pessoas, também os paulistões de 82,83, os brasileiros de 90,98,99 e por fim os paulistas de 2001 e 2003? Pae, dizem que no confronto do bando de loucos contra o nosso Majestoso, os Gambas fedorentos levam vantagem, é isso mesmo? E o pai sem graça e já desgostoso, não sabendo onde errou na educação do filho pela saco, tem que explanar a historia do Clássico para o garoto curioso. Em 128 clássicos no Cícero Pompeu de Toledo, 44 vitórias do Timão, 50 empates e 34 triunfos do rival. Uma supremacia também representada nos números gerais do confronto: 284 jogos; 105 vitórias do Alvinegro; 91 empates e 88 do Tricolor, tá satisfeito agora? Pela saco percebendo a irritação do pai exclama! filhos da puta né pae? O pai aproveitou o soar da sirene que soou para o almoço de segunda feira (dia utilizado para visitas ao estádio) dos funcionários da manutenção do Cícero Pompeu de Toledo e disse, pela saco, vamos embora, acabou o horário de visita...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estes não viveram

Não viveram os que ficaram corroídos pela inveja do sucesso de alguém e se encheram de despeito. Não viveram os que sempre entupiram os seus corações com o mais monstruoso dos ódios irracionais. Não viveram os que nunca sentiram a presença silenciosa e emocionante da saudade. Não viveram os que procuraram corremper a pureza, a inocência, as virtudes, esmagando beija-flores, lírios, camélias e rosas. Não viveram os que não acariciaram uma criança, não a beijaram, não brincaram com ela, ou lhe negaram um sorriso, uma palavra de ternura. Não viveram os que, em nome da verdade, destruíram estupidamente as ilusões das almas ingênuas e sonhadoras. Não viveram os que aplaudiram com cinismo o erro, o vício, a injustiça, o roubo, o crime, a venalidade, a corrupção, a prostituição. Não viveram os que não amaram a cultura, a música, a poesia, a obra de arte, a beleza. Não viveram os incapazes de ter pena de um infeliz, de um desgraçado, e que transformaram Os seus corações em barras de gelo. Não viveram os egocêntricos, que se preocuparam apenas com seu bem-estar e fizeram de suas vidas uma auto-idolatria, sem ligar para mais ninguém. Não viveram os jovens que zombaram dos velhos, e os desrespeitaram com a impaciência, a injúria, os cretinos atos de grosseria. Não viveram os mesquinhos, que se mostraram pequeninos no modo de agir em relação aos nossos semelhantes e jamais tiveram um gesto de nobreza, de altruísmo, de desprendimento. Não viveram os que só queriam "relaxar e gozar" e que acharam que o principal é encher o estômago, dormir bem, defecar bem e ter voráz e insaciável apetite sexual. Não viveram os que só se preocuparam com os bens materiais, em detrimento dos bens espirituais, e que converteram seus corações em metálicas caixas registradoras , cujo som é assim: dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro. Não viveram os que, praticando uma ação vil, traíram a confiança de Quem neles acreditava e assim emporcalharam as suas almas, cobrindo-as com fedorentos manto de excremento. Não viveram os falsos, os hipócritas, que Cristo comparou a "sepulcros brancos, caiados por fora, mas cheios de ossos de mortos e de podridão por dentro". Não viveram os que foram racistas, preconceituosos, e que por orgulho tolo, por se sentitrem superiores, humilharam e maltrataram pessoas. Não viveram os que não sentiram a dor indescritível de perder, levada pela morte, uma pessoa querida, pois como disse o poeta Francisco Otaviano, em versos nos quais a verdade resplandece: Quem passou pela vida em branca nuvem e em plácido repouso adormeceu, quem não sentiu o frio da desgraça, quem passou pela vida e não sofreu, foi espectro de homem, não foi homem, só passou pela vida, não viveu. Meus amigos, viver é emocionar-se, no bom sentido, é sentir que temos alma, amor, sonhos, esperanças, coração, lágrimas, bondade, piedade, saudade. Quem não Não pussui tudo isto não está vivo, é como um campo desprovido de flores, árvores, pássaros, sombras aconchegantes, só habitado por vermes, ossadas, escorpiões, mortíferas cobras geradas na região do horror e do espanto. Texto do escritor e jornalista Fernando Jorge .

domingo, 27 de maio de 2012

A acompanhante

Noite fria, madrugada sombria e nebulosa, movimento fraco... Definitivamente aquela noite seria longa para Scarlath, -Acostumada a fazer o seu salário de forma rápida, a tempo de pegar o último ônibus destino bairro e ainda aproveitar um pouco da escuridão da madrugada para tirar um cochilo antes que seus dois filhos acordassem- já estava chegando a hora do negreiro passar e ainda não tinha atendido nenhum cliente importante, certamente teria que fazer cerão... Bêbados e andarilhos circulavam pra lá e pra cá falando sozinho ou gesticulando, até a polícia resolveu atrasar o lado de Scarlath a botando pra correr... Refeita do susto, trocou de ponto, quem sabe as coisas não melhoravam? Mas nada... Percebendo que teria que varar a noite pra ver se aparecia um cliente carente dos seus serviços, Scarlath liga em sua casa para avisar ao seu marido que sua patroa havia piorado de saúde e que não poderia voltar pra casa naquela noite, pois a acompanharia ao hospital... (para o seu marido ela trabalha de acompanhante de uma senhora enferma) -Betinho da pra você colocar as crianças na perua escolar amanhã cedo? Porque dona Carmelita piorou e, eu vou ter que passar à noite com ela no hospital. -Claro querida! pode deixar comigo, coitada da dona Carmelita né, sempre tão bondosa,tão dedicada, vai lá filha, e não esquece de mandar meus votos de melhora para ela, apesar de ela ser surda e muda, mas fala pra ela na linguagem dos sinais que eu espero que logo melhore. -Pode deixar Betinho, eu digo sim... Betinho no começo não gostava muito que sua esposa dormisse fora de casa, mas como dona Carmelita era uma patroa muito boa e sempre pagava a diária de Scarlath em dinheiro e nunca atrasava, ele não podia criar causo, dona Carmelita sempre lhe mandava recordações e entendia perfeitamente o fato de Betinho não poder trabalhar, por causa do nervo ciático que doía muito...Como criar causo com uma patroa destas? não tem boca pra nada, vira e mexe presenteia Scarlath, sempre dá uma gorjeta a mais quando ela precisa passar do horário de trabalho... Assunto resolvido com o Betinho, garantia de que as crianças não faltariam à escola e que sairiam de casa bem agasalhados e alimentados, (Betinho não gostava muito de trabalhar e, adorava uma birita, e quando bebia se tornava meio violento, mas era um ótimo pai) Scarlath agora está mais tranquila para dedicar-se ao trabalho retoca a maquiagem e recompõe a postura, a lida continua...

domingo, 20 de maio de 2012

Inversão de valores

Nascido numa época em que muitos pais se espelhavam em personalidades estrangeiras para dar nomes aos seus filhos, Richard vivia uma realidade muito distante da de uma celebridade. Casas pequenas, sem acabamento adequado, ruas estreitas, esgoto a céu aberto... Estes eram apenas pequenos detalhes no cotidiano daquele garoto acostumado a vivenciar coisas horríveis acontecerem quase que diariamente nas proximidades de sua casa. Quantas vezes presenciou incursões de policiais fortemente armados morro acima, vasculhando e invadindo casas, algumas vezes usando de groceria e violência -não raras vezes invadiam casas de gente de bem, dando a entender que só pelo fato de morarem na favela estas pessoas se tornavam automaticamente suspeitas-. Também não raras vezes presenciou os policiais no estrito dever de suas funções, serem recebidos a tiros e na ação de auto-defesa revidarem à altura, e sempre quando isso acontecia, corpos esticados pelo chão era garantido. Richard se angustiava, e não entendia porque tudo isso acontecia, justamente ali aonde ele morava? Onde também viviam seus melhores amigos, porque eram impedidos de brincar livremente nas ruas, ou na área de lazer? Sendo que ali eram os únicos lugares úteis e com espaço para se brincar, já que dentro de casa o espaço era reduzido? Ele se revoltava porque todas as vezes que isso acontecia, seus pais o trancafiava como se ele tivesse feito alguma coisa de errado, e o privavam de exercer o seu pleno direito de brincar com seus amigos. Certa feita, depois de mais um dia de alvoroço, e logo após ouvir de seus pais, pela centésima vez a ordem de não sair de casa, Richard os questiona: porque toda vez estes policiais vem aqui para perseguir a nossa comunidade? Porque perseguem tanto o Cabelo e seus amigos? Logo o Cabelo que tanto nos ajuda, e tanto faz por nossa comunidade? Só porque ele é rico e foi ele quem fez a nossa praça de lazer, e sempre distribui alimentos para o nosso povo? Isso é inveja né pai? Nenão mãe? Diante do silêncio dos seus pais ele conclui. Eu sabia, quando eu crescer não quero ser um policial...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Clássico na várzea


Era para ser apenas um jogo amistoso, mas foi só a bola rolar para o bicho pegar.

De um lado o Renascencia, que está de volta os campos da várzea há um mês depois de ficar parado há um ano, é um time que está se reformulando.

Do outro, o Scala Veteranos que vem jogando junto há algum tempo. Escalado com Fernando, Carlinhos, Eduardo, Ditão, Valmir, Divanei, Tata, Negão, Fábio, Cristiano e Balú, o Scala esperava seu jogo, mas o adversário da liga não compareceu.

Para que ambos não ficassem sem jogar, a organização do evento resolveu remanejar e promover esse amistoso entre as duas equipes.

Com jogadores a menos o time do Scala cedeu quatro jogadores do seu elenco para o Renascência que pegou mais dois jogadores de um outro time que jogaria mais tarde.

Times escalados, todos conhecidos de longa data...

O árbitro, outro conhecido, deu inicio à partida. E, logo nos primeiros minutos de jogo, a constatação que não seria apenas um jogo amistoso e tranquilo como todos esperavam.

O atacante do Scala, Balú, pega a bola na intermediária e passa por três defensores do Renascência. Quando se preparava para enfiar a bola para as redes, o outro atacante, Cristiano, apareceu completamente impedido e tomou a frente na afobação de fazer um gol contra seu ex time. O árbitro não teve dúvidas e anulou a jogada.

O Renascência, após o susto inicial, começou a por a bola no chão e tocar de pé em pé envolvendo completamente o meio de campo do Scala. Quando o Escala chegava, era sempre contido pela zaga bem postada do Renascência.

A afobação dos atacantes do Scala. Balú estava segurando demais a bola e o Cristiano preocupado em sair da marcação forte que lhe fora imposta, além, é claro, de rivalizar com seus ex-companheiros de equipe, que o desconcentrado do jogo.

Então o Renascência que já tinha o jogo na mão, começou a pressionar os meias e os volantes do Scala. Mais jovens e velozes se antecipavam e tomavam a bola com facilidade. E tome contra-ataque em velocidade. Não demorou muito para sairem os gols. Logo após uma boa saída de bola, o Baby fez um lançamento nas costas do lateral esquerdo que falhou na esperando a bola sair. O atacante tomar-lhe a frente e cruzou rasteiro na entrada da pequena área para uma pancada seca do atacante que abriu o placar sem chances para o goleiro.

Enquanto a molecada do Renascência ditava o ritmo do jogo, o Moisés, o zagueiro deles provocava não só o Cristiano, mas a todos os jogadores do Scala. Como se fosse um argentino catimbeiro, xingava, caia, fazia faltas e pressionava o árbitro que fingia não escutar. Resultado: um, dois, três a um pro Renascência no primeiro tempo e os jogadores do Scala, quase todos, muito nervosos com o Moisés.

Começou o segundo tempo e o Scala precisava reagir para não tomar uma histórica goleada. O Renascência voltou pro jogo com outra postura, achando que o jogo estava ganho. Parecia esquecer a história e o retrospecto de superação do Scala Veteranos que já buscou resultados adversos em que a derrota era iminente, mesmo quando a diferença era de dois e até quatro gols.

O Renascência começou a tocar a bola de lado, a dar passes de três dedos, tocar a bola pra um lado olhando pro outro. Essa displicência foi a deixa para o Scala que melhorou seu posicionamento e já não dava mais tantos espaços, reagir. Seus laterais e volantes já não estavam dando mole e marcavam forte. O lance mais ríspido do jogo ficou por conta do lateral esquerdo Walmir e o meia do Renacência. Ambos com entradas fortes. Num desses lances ouve um bate boca entre ele e o monstro sagrado, o volante Tata, que ao tentar apaziguar foi ofendido e tomou a discussão para si. Por muito pouco não saíram na mão. Foram contidos pelos mais tranquilos e pelo árbitro.

O fato foi que a molecada do Renascência não estava preparada para uma marcação forte e foram deixando espaço para que os meias e atacantes do Scala tomassem as rédeas do jogo no segundo tempo, e sumiram do jogo.

Numa jogada de velocidade, o Valmir tomou a bola do zagueiro Moises e fez o segundo gol dos veteranos, aumentando o ânimo de todos. Quando tudo parecia mais tranquilo o árbitro parou uma jogada em que o Cristiano ganhava da zaga. O atacante protestou com xingamentos e acabou expulso.

Mesmo com um homem a menos o Scala jogava um belo segundo tempo. Empatou e virou o jogo com Balú (de novo) e Tuca.

O jogo pegou fogo. O meia que havia batido boca com o volante Táta, o pegou em uma jogada e cravou a chuteira em sua canela, mas o árbitro não deu nada. Por sorte ele fez falta violenta no Valmir e foi expulso.

Logo após a expulsão, o Renascência chegou ao empate com um gol de penalti. Mas o dia era do Scala que em mais uma bela jogada do Valmir, fechou o placar: Scala 5x4 Renascência. Foi mais uma virada histórica.

E foi só ter o apito final que tudo voltou a ser amistoso.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sonhos

Todos os sonhos daquele menino se resumiam em poucas coisas. Ter uma bicicleta, uma bola de futebol, um kichute para calçar... Muito pouco, mas não deixava de ser sonho... Sonhos de criança, são apenas sonhos, e não obsessão... Enquanto nada acontecia... Tudo se fazia acontecer na vida daquele garoto, matuto, sereno... Não tem a bola de capotão, mas tem a feita de meias, e panos enrolados no saco plástico e bem amarrados com barbante. Não seria por isso que deixaria de fazer seus gols no campinho. Onde obrigava seus irmãos, hora um, hora outro, a ficar no gol aguentando aquela bola irregular, queimar seus braços com as bicudas que dava, de dedão, com seus pés descalços...Não tinha a bicicleta. E dai? Ele sonhava com ela, mas os carrinhos de rolemã por hora substituía o desejo de sentir a brisa dos ventos batendo em seu rosto liso como bundinha de bebê. A bola de meias e panos e o carrinho de rolemãs não faziam ele esquecer dos seus sonhos, mas o fazia feliz. Com aquela bola irregular e dura, contabilizou: superou Pelé o rei do futebol, fez muito mais de mil gols... No carrinho de rolemãs também perdeu as contas de quantos arranhões e tombos teve... O garoto crescia tão rápido quanto uma massa de pão ao forno. E conforme crescia, também cresciam e modificavam seus sonhos. A bicicleta, a bola de capotão, já havia conquistado há muito tempo, e o kichute? Ele nem acreditava que um dia sonhou com aquilo, e que, quando realizou, muitos já jogavam bola com chuteiras iguaizinhas às dos jogadores da televisão...O garoto agora crescido. Seu rosto já não era mais tão liso como bundinha de bebê (agora mais parecia uma lixa). Seus sonhos não são tão simples como outrora, mas ele continua sonhando... Pena que agora ele não consegue, como naquela época, se adaptar facilmente, às alternativas que a vida o dá. E por vezes se angustia, não sabendo mais discernir, o que é sonho, e o que virou obsessão. Por vezes se pega sonhando novamente. Sonhando em voltar a ser e pensar como aquela criança que foi, sem se desesperar em tornar sonhos em realidade... E viver a sua realidade como se fosse um sonho realizado, vivendo intensamente feliz simplesmente por existir. E por ser um sonho realizado pelos seus pais desde a concepção...

sábado, 21 de abril de 2012

PESSOAS DIFERENTES, MORINGAS IGUAIS

Pessoas diferentes, épocas diferentes, cidades distantes, atitudes iguais. Naquela época, eu era tão pequeno, tão menino que não sei nem quem era o presidente do Brasil. Muito menos o nome ou o valor da moeda corrente da época. E pra não dizer que politicamente não me lembro de nada, eu sei que o prefeito da minha cidade se chamava Ademarzinho. Que a minha cidade tinha uma bela represa com uma cacheira fantástica e todos os finais de semana ficava cheia de turistas. lembro-me também que todos os anos no mês de junho, tinha uma festa junina sem igual naquela cidadezinha. Lugar bom de morar, cidadezinha acolhedora, poucos moradores, todos conhecidos. Um único lugar para se fazer compras de laticínios e cereais, no armazém do Mentonne. Um só lugar para comprar frutas, legumes e verduras, na quitanda do Álvaro e do Italiano. E se alguém ficasse doente, o Nicolau da farmácia tinha a solução, ele nem parecia farmacêutico, mais parecia médico, ou curandeiro. Pão e leite só na padaria do Maurício, mas o padeiro se encarregava de entregar a encomenda na casa das pessoas. Sobre esta pequena cidade eu já sabia quase tudo, mas alheio a isto tudo, eu só queria mesmo era brincar nas ruas sujas de terra sem calçamento dali. Além de brincar, eu adorava ouvir as histórias dos mais velhos. Adorava conversar com os adultos que sempre tinham uma bela história pra contar. Como eram sábios aquele pessoal. Zé Baiano, dona Merinda, seu Geraldo, Edgar, dona Nenzinha... Quantas prosas, quantas histórias fantásticas... De toda esta gente maravilhosa tenho saudades, e acredito que eles gostavam muito de mim, porque sempre que eu os encontrava para um papo, eles ficavam bastante tempo conversando comigo. Eu adorava também ir à casa do meu avô Antonio, que morava vizinho a casa dos meus pais. Meu avô Antonio e sua esposa Cida, viviam sós, em uma casa da pau a pique revestida com barro. Tudo muito rústico, mas muito bem cuidado pela Cida, ela era caprichosa, conseguia organizar aquela casa de barro que tinha o piso de chão batido, com um zelo de quem cuidava de uma mansão. Nada fora do lugar, chão de terra estupidamente limpo, sem nenhuma sujeira, nem poeira tinha. Parecia que era chão de cimento queimado. Aquela mulher apesar de viver em um lar tipicamente rural, tinha um orgulho estupendo de manter aquela casa bem organizada. As cortinas feitas à mão com material reciclável, plásticos e papéis de cigarro, cestinhas feitas com o mesmo material. A toalha de mesa feita de retalhos de pano, e sobre a mesa de tábua crua mantinha uma moringa, que além de manter a água de poço fresquinha e com o mesmo sabor, como se ainda tivesse no fundo daquele poço de vinte e três metros de profundidade, era uma bela peça de decoração. Tudo com a cara e o jeito daquela mulher, que embora não fosse minha avó, era como se fosse, -pois minha avó era falecida desde quando deu a luz ao meu tio, e eu nunca a conheci- e me agradava me tratando a pão de ló, todas as vezes que eu ia visitá-los. Quase todos os dias eu dava uma passada lá na casa do meu avô Antonio, eu gostava muito de ouvir as lindas histórias que o velho contava. Gostava muito mais das suas piadas, o Italiano carcamano era bravo mais adorava contar umas piadas. Gostava de ir ali, não só para ouvir o bom papo, mas também para fazer uma boquinha, claro ninguém é de ferro. A Cida mantinha sempre na chapa do fogão à lenha um bule com café, que nunca se esfriava, e escondido no buffet um bolo de fubá, que só era dado a quem eles realmente gostassem. Não raramente o papo ficava interessante e eu ficava horas por ali, e de vez em quando, aproveitava para jantar com eles. - seis da tarde a janta era posta à mesa- Não dava pra resistir aquele cheiro de comida mineira, bem temperada, aquele feijão, aquele angu, aquela couve bem picadinha, hum que delícia. O que mais me encantava de estar ali, era o respeito e o amor que me tratavam, aquela mulher, apesar de não ser minha avó, me tratava com carinho e respeito, talvez porque eu fazia aniversário no mesmo dia do mês que ela. Tempo bom... Há alguns dias conheci uma senhora, a dona Ivani, ou dona Diamantina como ela gosta, mãe de uma amiga minha, que me fez lembrar desta época áurea da minha vida. Dona Diamantina, diferente na cor, diferente no nome, na cidade que vive... Mas igual na generosidade, na hospitalidade, e também é boa de prosa. Estupidamente igual a Cida no zelo com as suas coisas, sua casa não é de barro, muito menos de chão terra batido, mas as suas coisas são todas arrumadinhas, ela também tem muita intimidade com os artesanatos. São vasos de flores, feitos com garrafas pet, porta retratos feito com material reciclável... Na cozinha nem se fala, uma especialista. Ela tempera um feijão sem igual, que lembrava em muito a época que eu filava a boia na casa da Cida, que arroz soltinho! Não faltou nem o angu. Foram poucos dias que passei na casa da dona Diamantina, mas o pouco tempo que passei por ali, fui tratado como um filho, não eram raras as vezes que a gente parava o serviço que eu estava fazendo pra ela, para prosear, e olha que dona Diamantina, a exemplo de muitas pessoas inteligentes que conheci, tem histórias pra contar. Uma senhora muito plugada nos assuntos políticos, que também adora contar tudo que ouvia nos noticiários dos programas jornalísticos que assiste. E pra me sentir mais em casa ainda, sempre quando estava com sede, dona Diamantina me trazia da sua moringa uma água geladinha e providencial, que de tão bem acondicionada pela moringa,
parecia ter saído da fonte do poço de vinte e três metros do meu avô.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eram dois amigos, inseparáveis

Noite escura, caminhada longa, nada abalava a fé daquela dupla de cantores que adoravam louvar a Deus nas igrejas São Paulo afora.
Tudo muito sofrido, material comprado com muito esforço, entre cabos, plugs, guitarra, microfones, caixa amplificada e câmaras de eco, estava aquela dupla a louvar ao Criador, com muito fervor e adoração. E aja fé. Quantas vezes aqueles dois jovens pais de família, andaram kilometros a pé, para levar a mensagem cantada naqueles vilarejos distantes. Quase sempre em igrejas bem pequenas, mas pouco se importavam, a final de contas, nada cobravam, faziam aquelas apresentações com muito prazer e satisfação. Convites para eles se apresentarem não faltava. E eles não mediam esforços, encaravam ônibus lotados, sempre carregando todo o material necessário nos braços. Muitas vezes chegavam nos vilarejos, com os sapatos empoeirados pela caminhada mais felizes por estarem tendo a oportunidade de mostrar seu trabalho, e levar a mensagem cantada aos seus queridos irmãos.
Mordomias nesta jornada foram poucas, mas muita satisfação. Aquela dupla estava ficando famosa no extremo sul de São Paulo. E não demorou para aparecer convites para cantarem em Diadema, Cerraria, Taboão... Aliás, éstas foram as únicas vezes que os rapazes foram levados de carro até o local das apresentações, não precisando levar todo aquele material pesado nas mãos.
Era tudo tão diferente de hoje, eles tocavam hinos num estilo mais clássico e até meio sertanejo. Hoje não se ouve mais hinos assim nas igrejas, nada contra, mas se ouve muita musica dançante e estilo rock e pop.
Talvez por estarem cantando um estilo meio clássico e sertanejo, em um momento de transição, que já estava dando as caras nas igrejas, com a chegada de alguns cantores famosos, que outrora cantavam em bandas de rock pop mundo afora, e foram fazendo muito sucesso no meio evangélico na época, aqueles jovens senhores ficaram com o repertório muito curto, e aos poucos foram deixando de lado a prática de cantar, e foram adotando outras funções no ministerio do Senhor. Ambos foram levantados a cooperador, e continuaram a sair são Paulo afora, mas agora a ministrar a palavra e cada um para um lado diferente.
Muitas águas se passaram, um deles nem está mais nos caminhos, resolveu enterrar os talentos que tinha sem se dar conta que um dia estes mesmos talentos lhes serão cobrados com juros pelo seu credor. Já o outro, o que fazia a vós mais grave na dupla, continuou seu menistério da palavra, sem deixar de tocar e cantar também em suas ministrações. Foi levantado a Pastor e continua firme, fazendo render juros nos talentos que lhe foram emprestados, para devolver ao credor, com fartura.
Pastor Jose Luiz Rodrigues, hoje vive em São Mateus S.P., toma conta de um rebanho que o senhor o confiou, canta e ministra a palavra do Senhor, toca varios instrumentos musicais, continua muito bem casado com a missionária Cristina, e ao lado dos seus dois filhos, Weverton e Isaac.
O outro cantor da dupla? aquele que fazia a vóz aguda? bem aquele rapaz é um caso sério, continua por ai, caminhando, lutando e narrando esta pequena história de dois amigos inseparáveis.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O Sabiá sabia assobiar

Voltar para o aconchego do lar e dormir, depois de uma longa madrugada de trabalho, eram as únicas coisas que passavam pela minha cabeça, nesta noite fria. No meio do caminho fui despertado pelo lindo o canto de um sabiá, em plena selva de pedra. Era um macho mostrando todo seu charme para fêmea. Em pleno inverno, tudo parecia primavera na época da reprodução. Aquela cena me trouxe uma recordação antiga. Lembrei na mesma hora do Tuffic, um filhote de sabiá branco que escapou da fúria dos gatos do meu tio Zé, um criador inveterado de animais. Machucado, o Tuffic precisava de cuidados, o que fiz com muito carinho. Até comida em sua boca eu dei. Todo este esforço valeu a pena. Tuffic cresceu, aprendeu a voar e, o mais importante, conseguia sobreviver. Não deu outra, devolvi ele para a natureza, com sucesso, afinal era mesmo o seu lugar. Minha maior recompensa era que de vez em quando ele vinha nos visitar. Pousava na nossa varanda e mostrava que o sabiá sabia assobiar. Ficávamos horas ali admirando seu canto gracioso. Mas num dia deste, nossa varanda ficou silenciosa e os nossos corações apreensivos. Foi uma brincadeira muito infeliz. Meus filhos brincavam de atirar pedras e não tiveram dúvidas quando viram o bichinho pousar no seu lugar de sempre. São passados dois anos que vi aquelas penas espalhadas por uma pedra que vitimou o Tuffic, que escapou com sucesso dos gatos e não teve a mesma sorte com meus filhos. Se vivo estivesse estaria cantando alto e jogando todo seu charme nas fêmeas da nossa cidade verde! Dede Marques Diamante/Fabio Silvestre

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Jesus, o Campeão!

Tenho um campeão em minha vida,
com ele sempre encontro uma saida.
Não há barreiras que possam me deter,
com o campeão, eu sei que vou vencer.
Este campeão, mudou minha vida,
ele também quer mudar o seu viver.
Não há barreiras, que possam me deter,
com o campeão, eu sei que vou vencer!
Não existem derrotas, que possam agora vir sobre você.
Se Jesus, o campeão, está em sua vida,
Ele garante a vitória em seu viver!

Ouvindo este hino tão bonito de louvor a Jesus Cristo, escrito e cantado pelo meu amigo Pastor Jose Luiz Rodrigues, eu me emociono, e me torno mais grato ao Salvador da humanidade. E não há data mais propícia para agradecer-lhe por este amor. Sexta feira da paixão, o dia em que o Cristo, na cruz do calvário provou para nós pecadores do que ele saria capaz para resgatar- nos da perdição.
Cristo campeão, porque escapou de ser morto por Herodes, quando ainda era criança. Mateus 2:13
Cristo campeão, porque venceu a tentação do diabo. Mateus 4:1 e 7
Cristo campeão, porque venceu a agonia no Getsêmani, quando orando ao Pai disse: se possível passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres, mateus 26:36
Cristo campeão, porque venceu a morte e ressucitou ao terceiro dia, arrancando das mãos do inimigo a chave da morte. E arrancando das mãos do diabo a chave da morte deu a todos nós a chance de nos tornarmos vencedores e campeões.
E após a sua morte, diante diante de tantos acontecimentos milagrosos: Mateus 27: 50 ao 53, Jesus mais uma vez se mostrou campeão e vencedor, convenceu o centurião e os que com ele guardavam ao Salvador que, verdadeiramente este era o Filho de Deus. Mateus 27:54.
Após ter cumprido a sua missão, deixou um legado, para todos que nele crêrem:
Moradas eternas : Mateus 14:2 na casa de meu pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
Interceder como sumo sacerdote: Hebreus 7:25. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
Enviar o Espirito Santo: João 15:26 e 16:7. Quando vier o consolador, que eu da parte do Pai vos enviarei, o Espirito da verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.
Acompanhar seus mensageiros: Mateus 28:20. É me dado todo o poder no céu e na terra.
Coroar aos vencedores: 1 Pedro 5:4. E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa de glória.
Queres também ser um campeão e vencedor? É simples, crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo tu, e tua casa, Atos 16:31. Não é preciso mudar de religião, e sim de atitude. Colocar Jesus Cristo, o campeão como prioridade na sua vida, e deixá-lo guiar o teus passos, para que não pereças, mas tenhas a vida etérna.

Um Homem de Paz

O ano de 1968 foi um ano de grandes manifestações e acontecimentos históricos que marcaram a segunda metade do século vinte.
Em 30 de Janeiro- O exercito Vietcong inicia a chamada ofensiva de Tet, invadindo 34 capitais de províncias vietnamitas e a cidade de Hue.
16 de Março- militares norte-americanos massacraram cerca de 150 civís vietnamitas na aldeia de My Lai, no Vietnã.
28 de Março- O governo da África do Sul apresenta três leis que cuminam no Apartheid.
04 de Abril- É assassinado a tiros, aos 37 anos o pastor negro Martin Luther King, no dia seguinte, ocorrem conflitos raciais em 125 cidades, e a morte de 46 pessoas em Washington.
5 de Abril- É lançado, na Thecoslováquia, o programa de reformas políticas que ficou conhecido como Primavera de Praga.
28 de Abril- Cerca de 60 mil manifestantes protestam, no Central Park, em Nova York, exigindo o fim da guerra no Vietnã.
5 de Maio- Cerca de 10 mil estudantes entraram em choque com policiais no bairro latino Quartier Latin, em Paris, em um protesto contra o fechamento de outra Universidade francesa, a Sorboare, em Paris.
Quando aquela mulher entrou no seu quarto mês de gravidêz, e sua barriga já começava a aparecer, e pelo formato redondo arriscava alguns palpites de qual seria o sexo daquela criança, baseado no que diziam as suas amigas mais experiêntes. Aquela mãe de primeira viajem, misturava momentos de grande euforia, com os de muita preocupação. O ano começara tenso. Logo no primeiro mês de 68 os jornais anunciavam que o ano seria de mais guerras no Vietnã, e o medo desta guerra ter força para eclodir uma terceira guerra mundial - por não ser conhecedora do assunto não tinha certeza, se havia ou não o risco - e comprometer o futuro daquela criança que chegaria em breve.
O que ela não imaginava, era que até o nascimento do seu filho, ainda aconteceriam muitos outros acontecimentos em um ano histórico. E principalmente no mês do nascimento do seu primogênito. Em Maio de 68, na França, houveram varias manifestações de estudantes e da classe trabalhadora que marcaram transformações políticas, culturais e comportamentais em todo o mundo.
No quarto recuperando-se de um parto normal de um belo garoto, -o seu primogênito- e ainda um pouco sonolenta devido o grande esforço físico que acabara de fazer. Antes de dormir um pouco, ouviu no radio de pilhas das enfermeiras uma noticia internacional. " 20 mil estudantes entraram em conflitos com a polícia nas universidades e ruas de Paris", no conflito conhecido como "a noite das barricadas". E antes de cair no sono profundo, ainda teve consiência para pensar novamente, qual será o futuro da humanidade? E deste meu filho que acaba de vir ao mundo? E daquela mesa de parto, no dia 10 de Maio de 68, até o findar daquele ano de transformações, aquela mãe ficou sem saber ao certo a resposta para suas perguntas. Muitas coisas ainda aconteceram no decorrer daquele ano: 5 de junho- Assassinato do senador dos EUA, Robert Kennedy.
26 de Junho- Passeata dos Cem Mil.
21 de Agosto- A Thecoslováquia é invadida por tropas do pacto de Varsóvia, em represália à Primavera de Praga.
24 de Agosto- A França explode, no Oceano Pacífico, a sua primeira bomba de hidrogênio.
02 de Outubro- Confronto entre estudantes da universidade Mackenzie e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em São Paulo, onde morre o estudante Jose Guimarães.
12 de Outubro- 1.200 estudantes são presos em Ibiúna, quando realizavam clandestinamente o trigézimo congresso da UNE.
05 de novembro- O Republicano Richard Nixon é eleito presidente dos EUA.
Dar a luz a um filho em um ano de profundas transformações políticas, culturais e comportamentais, como foi em 68, fez aquela mãe sofrer por antecipação, mas quem não sofreu, com todas aquelas transformações significativas na humanidade? Mais as preocupações daquela mãe de primeira viajem, foram desaparecendo, à medida que seu filho foi crescendo, e o seu país se livrando das mordaças da ditadura, das torturas nos porões escuros. E a certeza de que seu filho, nascido em um ano de guerras e conflitos, se transformara em um homem de paz.

sábado, 31 de março de 2012

A FILHA DE JAIRO. A MULHER QUE TINHA UM FLUXO DE SANGUE

Jairo um homem influente em Cafarnaum, chefe da sinagoga, se encontra diante de uma situação desesperadora, sua filha de doze anos estava enferma à beira da morte como diz o texto bíblico em Marcos 5:23, Lucas 8:42, ou já mórta como escrito em Mateus 9:18. E ouvindo ele, que Jesus estava ali proximo, à beira do mar da Galiléia, -acabara de voltar da cidade dos Gerasenos- atendendo as pessoas desesperadas e curando infermos. Então ele viu ali uma possibilidade de cura para sua filha e foi ter com o mestre. A bíblia não relata qual a distância exata que Jairo percorreu para chegar até onde estava Jesus, mas vamos supor que morava perto dalí. Vamos estabelecer a distância de 800 metros, e que, ele andando a 8 KM por hora, demorou cerca de 6 a 7 minutos pra chegar onde o Cristo estava. A bíblia também relata que havia ali uma multidão esperando Jesus. Agora imagine você, quanto tempo este homem demorou para chegar até o mestre? Você já tentou chegar perto de alguém importante? Em que você vai em direção da pessoa e a multidão te empurra em outra direção? Ali estava Jairo, homem importante, mas desesperado como quase todos que ali estavam, ele precisava urgentemente falar com aquele homem que era sua única esperança. Passava por um, dá licença eu preciso falar com Jesus, e esse alguém respondia, eu também, empurrava outro por favor eu estou desesperado minha filha está morrendo, você póde me ceder o lugar? Pedia para outros, e estes diziam, nos também estamos desesperados, espéra a sua vez... Quanto tempo demorou Jairo para chegar até o Mestre? Eis a questão. Demorou, mais ele chegou, prostrou-se aos pés de Jesus e Rogou-lhe que entrasse em sua casa, Jesus conhecedor das necessidades daquele homem aceitou o seu pedido e foi em direção da sua casa. O que você acha, a multidão se desperçou e deixou o Cristo seguir livremente? Certamente isto não aconteceu. Jesus dava um passo pra frente o povo o empurrava pro lado, voltava-se na direção correta e alguém lhe barrava implorando por misericórdia. Acredito que ésta distância hipotética que seria percorrida em 6 minutos andando a 8KM por hora, seria agora percorrido a menos de 1KM por hora, ou seja mais ou menos 48 minutos. E entre um passo e outro, um atendimento. Pessoas com vários problemas e enfermidades estavam ali. Também estava ali, escondidinha, uma mulher que havia doze anos, sofria com um fluxo de sangue que não cessava, esta mulher já tinha gasto tudo que tinha com médicos e tratamentos, e nada adiantou. Segundo a lei da época, aquela mulher não podia estar ali, porque quem tinha um fluxo de sangue, ou até as mulheres em época de menstruação, éram consideradas imundas, e tinham que ficar reclusas em casa até acabar o fluxo. Mas aquela mulher estava cansada de sofrer, e escondida foi chegando por trás, de mansinho e sem chamar a atenção. Ela dizia com sigo, se apenas tocar nas vestes de Jesus serei curada, e assim quando conseguiu se aproximar, foi por trás e em baixo, na orla das vestes do Mestre, o tocou, e na mesma hora se sentiu curada. O que ela não imaginava era que o mestre estava ali oprimido e expremido pela multidão, e com uma missão a realizar, era conhecedor de todos que ali estavam, e quando ela o tocou, Ele sentiu sair do seu corpo poder e virtude. Então indagou, quem me tocou? Os dicípulos que ali também estavam disseram: a multidão te oprime, e perguntas quem te tocou? Ele disse, alguém me tocou; senti que de mim saiu poder. Então a mulher percebendo que não mais podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e prostrando-se ante ele, declarou diante de todo o povo tudo o que acontecera, e como logo sarara. Então Jesus lhe disse: tem bom ânimo filha, a tua fé te salvou. Vai-te em paz. E estando ele ainda falando, chegou um dos principais da sinagoga e disse a Jairo, não encomodes o Mestre, a tua filha está morta. Acredito que do momento em que Jairo saiu de casa, até o momento que Jesus curava a mulher do fluxo de sangue, e que anunciaram a ele que sua filha estava morta, pode ter passado mais que uma hora. Agora ele depois de receber esta trágica notícia tinha todos os motivos para sair dali, blasfemando, xingando e amaldiçoando aquele que dava atenção a todo mundo dali, a demorava para socorrer-lhe, afinal, a mulher já sofria a doze anos, podia esperar mais um pouco, e todos que ali estava, estavam com problemas, mas não tão grave quanto o dele. Más não, creio que em seu coração ele sabia, ele acreditava, que aquele bom Mestre traría sua filha de volta. E quando Jesus disse pra ele: Não Temas; crê somente, e ela será salva, a certeza de que valeu à pena esperar por todo aquele tempo. E qual não foi surpresa para ele, quando o Salvador chegou em sua casa, pegou a menina pela mão, e disse: Levanta-te, menina, ele e sua esposa ficaram maravilhados.


Esperai com paciência no Senhor, confia Nele, e Ele tudo fará!

domingo, 25 de março de 2012

Vai Buscar o Sopão Muleque

Existem algumas coisas que acontecem na vida da gente que são simplesmente humilhante, elas acontecem para nos estimular a dar a volta por cima, ou para nos afundar na depressão e trauma para o resto da vida.
Vejo meus irmãos mais novos, Jose Tadeu e João Henrique hoje adultos e independentes, fico muito feliz, porque pela vida sofrida que levavamos, eles poderiam muito bem ter desanimado e deixado de estudar, desanimado da vida e desacreditado de que viver honestamente compensasse.
Você sabe o que é não ter o que comer no café da manha, mas mesmo assim ter ânimo para ir à escola?
Na verdade todos nós somos heróis da sobrevivência, eu e meus irmãos tivemos que ralar bastante para ajudar nossos pais, mais imagina o sofrimento do meu pai, aposentado tendo que sustentar uma família de doze pessoas.
Falo destes dois mais novos, não porque sofreram mais, ou menos que nós, mas porque assim também como nós tiveram que assumir responsabilidades disproporcionais à suas idades. Éra sabido na escola as dificuldades que passavamos, que muitas vezes não tinhamos o que comer, então a direção da escola movida de compaixão, autorizou qua as merendeiras guardassem as sobras para doar para a gente, e assim todos os dias, de segunda a sexta feira, meus irmãos Tadeu e Nena éram os encarregados de trazer pra casa a refeição.
Agora imagine vocês, dois meninos entre onze e doze anos, mirradinhos, tendo que carregar por dois ou três kilômetros, uma panela grande cheia, de sopa, ou comida, além de ser pesado, tinha também a humilhação de encontrar com seus colegas de classe, que vendo aqueles dois garotos com um tacho de sobras da merenda escolar perguntavam, estão levando lavagem para os porcos, Tadeu e Nena?
Eles sabiam que aquilo não era para os porcos, mas muleque, sabe como é né. Já não bastasse eles usarem as roupas mas surradas da classe, de usar materiais escolares de qualidade inferior aos outros.
É muita pressão para dois meninos, mas fazer o que? Lamentar? Lamentar não, graças a Deus pelo sopão da escola, não fosse a caridade de algumas pessoas e ésta história teria final trágico. De alguma fórma as dificuldades sofridas por aqueles meninos, serviram de incentivo para que eles estudassem ainda mais. Hoje adultos, são exemplos para a família. O Nena se formou em pedagogia, dá aulas, e projeta saltos maiores em sua carreira profissional, o Tadeu é gerente no seu trabalho, cursa faculdade de administração e também projeta uma vida profissional próspera e segura.
Dois garotos que poderiam se revoltar, contra tudo e contra todos, encontraram na base familiar, de união, de superação.... E na fé em Deus, e nos seus ideais, motivos para dar a volta por cima, e poder garantir aos seus filhos um futuro mais promissor.
Ter pais que dão exemplos de dignidade, mesmo nas dificuldades, que nunca precisaram roubar nada de ninguém para sustentar seus filhos, se preciso fosse, pedia, comprava fiado, lutavam e não desistiam, ajudaram muito na formação do caráter de toda ésta família.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Que Macacos me Mordam

Ainda hoje enquanto comentava a respeito do rio daqui da minha cidade, o quanto em alguns pontos de sua extenção se pode observar os efeitos da inconciência humana. Se observa claramente o desrespeito do ser humano com o meio ambiênte e a poluição deste rio (ainda bem que em outros trechos, principalmente onde as habitações ainda não chegaram, se pode pescar peixes das mais variadas espécies e tamanhos). Eu lembrei de um fato que aconteceu comigo ha uns cinco anos atraz.

Desde pequeno, eu costumava acompanhar meu pai nas vezes em que ele embrenhava na mata para tirar lenha para abastecer o fogão a lenha que cozinhava e aquecia nossos alimentos. Até ai tudo bem, afinal de contas madeira para queimar só serve se ela estiver seca, ou seja, a gente retirava da mata madeiras que já haviam morrido e portanto estavam secas, sem vida. Mas também o mais grave: a gente não retirava só madeiras secas da mata, retiravamos também madeira verde, para fazer mourões, galinheiros, coberturas... Talvez por achar que nunca iria faltar, ou por falta de conhecimento, conciência ecológica, sei lá, o fato é que por muito tempo nós retiramos madeira das matas daqui, para o nosso consumo. E ha uns cinco anos atraz, eu precisei de umas madeiras para escorar a laje da casa que eu estava construindo, (a casa que moro hoje) e achei que poderia economizar o dinheiro das escoras, (pois cada uma custava quatro reias e cinquenta centavos, e eu iria precisar de umas sessenta escoras) e adivinha onde eu iria arrumar as madeiras? Peguei meu machado e minha foice e me embrenhei na mata. Estava até com saldades daquele cheiro de mato, do barulho dos pássaros... Então comecei a picar o machado pra cima. Sempre escolhendo as madeiras mais resistentes e firmes, que tinham casca fina (como bom conhecedor das espécies nativas que sou). Foi quando após eu já ter derrubado umas quatro arvores, escutei um barulho estranho, um barulho que nunca tinha ouvido antes nas muitas vezes que entrei naquela mata. Este barulho vinha do alto de uma árvore relativamente alta, eu me assustei, e quando olhei pra cima vi dois Bugíos ( macacos de médio pórte), não sei se eram um casal, mas o fato foi que quando olhei para aqueles dois animais olhando pra mim assustados, encabulados, parecia que estavam me pedindo pra parar com aquilo. Naquele momento me sobreveio um grande remorso, um arrependimento de estar destruindo o habitat natural daqueles animais a troco de uma economia idióta, que não me deixaria mais rico, e nem mais póbre. No mesmo momento suspendí o corte das árvores, levei pra casa as que já tinha derrubado pra não ficarem ali jogadas em vão, cabisbaixo e pensativo fiz a via sacra de volta pra casa, "que macacos me mordam" se eu vier a prejudicar novamente o meio ambiênte desnecessáriamente.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Que saudade de você

Onde está você amigo? Por onde andas que não te vejo mais? Ainda me lembro das grandes obras que fez, das vidas que conseguiu resgatar da escuridão e do sofrimento. Quantas vezes te vi guerrear nos campos e trincheiras. Como um soldado valente tu andavas até gastar a sola sapato para anunciar as boas novas às nações e povoados. Mas o que te fez recuar meu querido? Quem te feriu de morte? Me diga, não escondas nada, pois eu posso te ajudar. Eu estava presente quando perante ao teu general, você prometeu lutar até o fim. Muitas vezes te vi tropeçar e cair, mas sempre se levantar, e tive muito orgulho de ver que realmente você éra um soldado valente. Mas o que aconteceu àquele soldado valente? As pedras e espinhos no caminho te fizeram desistir meu amado? Me diga, e não esconda nada, quem te feriu de morte? Vamos, me diga que eu te vingarei. Não tenhas medo, no exercito que você se alistou, os soldados estão dispostos a voltar pelas trincheiras saqueadas e recolher os feridos que ficaram no caminho. Eu sei que suas chagas estão inflamadas e suas feridas sangrando, mas também sei que você não vai permitir que estes abutres, que estão sobrevoando você, se alimentem da sua carne. Pois um soldado valente, mesmo que caia, se levanta, e se não conseguir se levantar, ele rasteja, mas nunca vai entregar sua vida ao animigo. Vamos lá guerreiro, grite, não se envergonhe, peça socorro, pois o batalhão do exercito comandado pelo General dos generais, aquele mesmo que quando você se alistou, jurou lutar até o fim, estando você na presença dele, está à sua procura, para te resgatar de volta, sarar as tuas feridas e te por de pé. Vamos lá, se levante deste vale de ossos secos e volte a guerrear, pois o exercito e seu General estão dizendo, que saudade de você

QUE SAUDADE DE VOCÊ

sexta-feira, 9 de março de 2012

É canaval naquela pequena cidade, todos estão ansiosos para comemorar a maior festa popular do mundo, que desta vez seria realizada no ginásio de esportes local, porque certamente em outro local não caberia a multidão. A banda que tocaria as quatro noites de folia era bem conhecida da população daquele lugar pois era composta por músicos de uma família tradicional dali e amigos, todos da mesma região. "A Gruta" já tinha uma certa bagagem, pois tocava em quase todas as festas típicas naquela cidade e região, e até em alguns programas de televisão já haviam se apresentado. O lider da banda, o Wilson, juntamente com suas irmãs, Soraia e Salete, resolveram montar esta banda ha algum tempo, e chamaram seus amigos Serjão, Tio Ritch, entre outros. Naquelas noites iriam botar pra quebrar no carnaval. Ansioso também estava o Bola, pois além de gostar muito de carnaval, Tinha recebido liberação da família para participar do seu primeiro carnaval sem ter hora marcada para retornar pra casa, "emfim a liberdade" já estava mais do que na hora, pois sua maioridade já havia chegado a mais de um ano. Marcou com os amigos de chegar cedo, para que antes da festa começar eles pudessem tomar alguns drincks e chegar chegando, para não deixar a desejar na festa da carne. Papo vai, papo vem, e tome bebida pra dentro, o vira-vira comeu solto. Ninguém iria ficar careta, eles queriam causar naquela noite, o dinheiro não ia faltar, todos ali haviam recebido o ordenado da quinzena que haviam trabalhado e guardado para aquele momento. Então manda a saidera garçon. Quando a batucada já estava fervendo, e a molecada quente, resolveram entrar na balada. Mas quando bola se levantou da cadeira do bar do Wilson batidas, percebeu que havia passado da conta nos drincks, mas se recompôs e mesmo cambaleante entrou na festa. Lá dentro o povo estava animado, mulher tinha pra puchar a rodo, A Gruta puchava as marchinhas mais famosas do Brasil, e a turma da Rede Bobo filmava tudo que se passava (A especialidade do pessoal da Rede Bobo, era filmar as fantasias mais inusitadas e os foliões mais esquisitos do carnaval). Quando bateram os olhos naquele sujeito cambaleante e visivelmente atordoado, não tiveram duvidas, "aquele ali vai virar notícia", e qual não foi surpresa para ninguém, não demorou muito, Bola totalmente embriagado, não aguentou segurar em seu estomago tantas misturas venenosas, e numa contração vulcânica, colocou toda aquela larva ardente que queimava seu estômago para fora, borrando toda a barra da calça de um folião que estava ali muito proximo. Não teve jeito, foi convidado gentilmente pelos seguranças a se retirar, mas não sem antes ter virado celebridade das lentes atentas do pessoal da Rede Bobo

ESTRELA DA REDE BOBO

sábado, 3 de março de 2012

Sou Todo Seu

Em um belo dia te conheci, e te conhecendo me desconheci.
Dono de mim, pensei que fosse, mas te conhecer me trouxe a realidade do saber, que não sou dono de mim, sou de você.
Ser seu, me faz sentir cada vez mais o que sou eu, pois me achei sendo seu...
Sendo seu conheci o sentimento mais puro que um ser humano pode sentir. Conheci o amor pleno e verdadeiro, incondicional...
Antes de ser seu, não sabia quem éra eu, pra onde ia, nem onde poderia chegar; agora sei onde posso chegar. Quem tem amor no coração tudo pode suportar, tudo pode esperar, acreditar...
O maior sacrificio que eu fizer por ti, ainda será pouco, porque tu te dedicas muito pelo seu amado, pelo seu amado na vigília da noite choraste, nas suas conquistas regozijaste, e suas fraquezas perdoou.
Devo a tí meu amor, minha gratidão e lealdade.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Caminhos Errantes

Alma triste e abatida, coração aflito por um amor perdido, lá vai o moço mais uma vez a procura da felicidade perdida.
Quantas vezes desprezou o amor daquela que ao seu lado estava, que o amava incondicionalmente. Ele não percebia que ele era tudo pra ela, ou percebia e não tinha coragem de se expressar ou mudar de vida. Mas em um amanhecer de segunda, após ficar todo o final de semana fora, não encontrou mais aqueles que sempre esperavam por sua volta, apenas um bilhete com um desabafo daquela que humilhada e cansada pelos constantes deslises do seu incorrigível marido, foi-se embora.
Agora sozinho, sem rumo, saia todos os dias para destino desconhecido a procura da felicidade perdida, na verdade ele sabia onde sua felicidade estava, mas era orgulhoso o suficiente para  não reconhecer que estava errado. Então ele andava errante, por caminhos escuros e sombrios, à procura de conforto para sua alma. Quem sabe naqueles copos de cerveja, ou naquelas gramas de uma droga proibida não estavam a porção mágica que o fizesse esquecer todo o sofrimento da perda de sua amada? Ou será que estava precisando de serviços das profissionais do amor?
Mas que nada, ele estava era cada vez mais envolvido em um mundo distante da realidade, e a frustração o acompanhava por todos os  dias de sua vida. Quantas vezes no auge do arrependimento, ele amaldiçoou o dia em que teve um encontro com as drogas, e com a bebida,  mais com  eles estava envolvido até os ossos. O que era só uma diversão para tirar um  pouco da angustia do seu coração, virou uma necessidade. Quantas vezes na calada da noite, aquele moço de boa família e de aparência, chegava no morro à entrada da biqueira e em meio a pessoas perigosas, embrenhava naquele labirinto procurando pelo pó branco, que lhe daria "energia" para encarar uma noite longa e perigosa. Do seu amor, não se lembrava mais, seus filhos e sua amada, já não eram mais a prioridade para ele. Agora ao lado de malandros e meretrizes era sempre visto, ele não fazia nem questão de esconder.
Coitado daquele moço, ficou só a pele e osso. Sua vida agora era curtir à noite e dormir de dia, sem forças para o trabalho, sem forças para retomar sua vida. Ao invés de se reerguer, preferiu culpar aquela que cansada de esperar, foi viver sua vida bem longe da má influencia que ele causava. E em mais uma daquelas noites sombrias, no auge da fissura reapareceu para tentar um acordo com aqueles seus credores antigos na biqueira do morro, mas não sabia que sua sentença já havia sido dada, e de lá nunca mais voltou ou foi visto, dizem algumas vozes anonimas por ai, que ele foi para o microondas.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A mulher que ama

A mulher que ama, sofre calada. Quantas vezes ela queria gritar, espernear e dizer para o seu amado, olha eu estou aqui, veja como estou bonita, sai da frente desta televisão, deste computador, e perceba que me produzi toda para você. Mas ela sabe que se dizer tudo que quer, será mau interpretada, e por isso sofre...
Sofre porque não sabe onde está o pensamento vago do seu amado, sofre porque não sabe o motivo que ele não chegou no horário esperado para o almoço, ou para o jantar, porque ao invés de passar um final de semana ao seu lado, prefere dedicar parte do seu tempo aos amigos, e ao seu hobby predileto... Por outro lado se sente como uma rainha quando ele emfim, resolve expressar seus sentimentos e dizer o quanto a ama, o quanto ela é importante para ele. Talvez ele não perceba, mas tudo que ela quer, é um pouco mais de atenção, um pouco mais de carinho. Ela que dedica quase todo o seu tempo para o bem estar do seu amado, só quer que ele seja justo, e divida o seu tempo da maneira mais justa possível, ao invés de dedicar quase todo o seu tempo ao seu bel prazer... 
Ora é perfeitamente possível e humano até, ele se divertir, e dedicar um pouco do seu tempo para o seu lazer. Mas está por fora, ele achar que sua vida se resume a trabalhar, e quando tem um tempo de folga, se dedicar mais ao bem próprio, do que ao bem comum. Está na hora de ele reconhecer este amor, e se esforçar um pouco mais para satisfaze-la, ou então corre o risco de ter dentro de casa uma mulher deprimida, sem vontade de se arrumar, sem vontade de ser aquela mulher linda e perfeita que ele sempre teve, e que sempre adorou ter e quer continuar tendo. Porem não sabe que o maior combustível para que uma mulher que ama muito continue amando, é pura e simplesmente, o reconhecimento, e não só o reconhecimento mas também a recíproca. Porque quem quer continuar sendo amado, também precisa amar, e amar a ponto de abrir mão de coisas, que as vezes não quer abrir mão, mais que é perfeitamente dispensável. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O agasalho marrom e a chuteira Topper

Ser jovem e não poder usar as roupas que queria, por falta de condições para comprar, no meu tempo de criança era um pouco angustiante, mas até normal, porque todos, na escola, no convívio do dia a dia... se vestiam com muita simplicidade, roupa nova mesmo só em alguma ocasião especial, ou no final de ano, quando alguns pais que trabalhavam recebiam o decimo terceiro salário, e compravam roupas novas para toda a família para se usar o ano todo. E  lá em casa, a tropa era grande, imagina então a dificuldade para vestir toda aquela criançada ( eram dez crianças, seis meninos e quatro meninas). No nosso caso era um pouco mais difícil, pois desde que me conheço por gente, meu pai já estava aposentado, e vida de aposentado no brasil já sabemos a miséria que é. E como eu sou o mais velho dos irmãos da família, e desde muito pequeno, já passava por dificuldade. Pode- se imaginar que ninguém nesta família teve vida fácil.
Ter um pai que sofreu a vida inteira para sustentar sua família, e saber que mesmo passando por dificuldades, ele sempre correu atras para dar o sustento aos seus filhos, e nunca  abandonou o barco. Me faz admirá-lo ainda mais, porque hoje sendo eu um pai de família, sei a dificuldade que é, manter uma casa, sustentar os filhos, dar-lhes roupas, material escolar, comida, brinquedos... Claro que ele não conseguia dar sempre o melhor para nós, mas o que ele podia fazer por nós, ele fazia. Lembro- me de quando eu e meu irmão Claudinei, já estávamos um pouco crescidos demais para usar roupas muito velhas ou muito ultrapassadas para  nossa idade, meu pai fez um financiamento em uma loja e nos comprou dois agasalhos da topper idênticos em formato e cor, e também comprou uma chuteira da mesma marca para mim, porque sabia que eu adorava jogar futebol, e achava que estava na hora de eu jogar com chuteira e não mais com o meu kichute velho, furado bem perto do bico, um pouco antes da borracha que protegia este.
Fiquei feliz da vida com os presentes, e não via a hora de chegar a segunda feira para mostrar para meus amigos o presente que meu pai havia me dado. A noite de domingo para segunda, perecia que não chegava nunca, quase não dormi direito. Então quando emfim chegou o grande dia, minha mãe não precisou nem me chamar como fazia todos os dias, e nem precisou insistir para eu sair logo da cama, pois estudar era preciso para eu ser alguém na vida, naquela segunda feira, o discurso todo foi desnecessário. Pulei rápido da cama e me vesti com tanta vontade que bati o recorde de tempo. Coloquei meu agasalho marrom, calça e  blusa, meião e também a chuteira (coitado de mim, nem imaginei que iria ser o dia mais longo de aula da minha vida) e parti.
Chegando na escola com aquele agasalho bonito, listrado com duas listras brancas nas laterais, e todo marrom, logo meus amigos notaram que era novo, também não era pra menos, como não notar, eu só faltava esfregar na cara deles... O duro foi eu ter tido a infeliz ideia de ter colocado a chuteira nos pés para ir à escola, os moleques quando perceberam que eu estava de chuteiras na escola, e não de tênis, como era o natural, começaram a rir, e a rir tanto,que eu não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha. O potóque, potóque que fazia a cada passo que eu dava na escola, (parecendo um barulho do salto alto, que as mulheres usavam, ou o cavalgar de um cavalo no asfalto), chamavam ainda mais a atenção da molecada, e de longe já gritavam, lá vem o jogador de futebol, onde vai ser o jogo hoje?, na quadra da escola?, mas dá para jogar de chuteiras?, e davam muitas risadas.
Quando deu o horário da merenda (intervalo), eu não coloquei minha cara para fora da sala. Pensa que eu fiquei livre da zoeira? Que nada, eles fizeram questão de terminar logo,suas refeições e voltar para sala, e mais risadas. Quem não era da classe, como o Tião, (que também tinha me visto na entrada) e não podia entrar na sala, para não ser surpreendido pela minha professora, vinha por traz da classe, e pela janela, me olhava, e perguntava, onde vai ser o jogo? E faltava rolar no chão de tanto rir.
O dia demorou a passar, mas passou, o sarro não parou, e por muitos dias se lembraram da gafe que eu tinha dado. Mas nem o sarro, nem a vergonha que passei, conseguiram tirar a felicidade, que senti  por ter recebido um presente tão importante para mim. E o orgulho que senti do meu pai, por ter feito um esforço tão grande para fazer seu filho feliz.
 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Invadindo privacidades

Sujeito cômico, sistemático, cheio de superstições e manhas, mas no geral um cara legal. Quando estava de folga do serviço, religiosamente colocava sua bandana na cabeça e embarcava no seu Gurgel rumo à baixada santista. Adorava cair na estrada com seu carro antigo, mas bem conservado, seu hoby predileto.
No serviço, operário padrão, sempre um dos primeiros a chegar. Gostava de chegar adiantado para se trocar com tranquilidade e montar seu kit "sobrevivência". Dentro de sua mochila itens dos mais variados, biscoito de água e sal com gengelim , pão francês, patê de alho, café solúvel, leite em pó, radio a pilha, e o inseparável binóculo ( que segundo ele era oriundo do exercito russo, com longo alcance e visão noturna). Quando a maioria do pessoal chegava, ele já estava pronto e se direcionava para o seu posto de serviço, porque ele detestava a bagunça que o pessoal fazia quando se reunia naquele vestiário.
Sempre escalado em postos estratégicos, porque era um cara antigo no emprego e além de tudo dificilmente sentia sono, era um cara sempre vigilante. Mas mesmo que sentisse sono não teria como cochilar, porque nunca se trabalhava sozinho em postos estratégicos. Bom para quem gosta de trocar ideias, de conversar, mas  quando o movimento estava tranquilo, ele gostava mesmo era de ficar focando seu binóculo e observando o que acontecia nos entornos daquela empresa. Com aquele instrumento, ele ficava horas, observando tudo que se passava por ali. quando uma lampada se acendia em alguma casa perto dali, ele logo direcionava seu binóculo russo, para ver se dava sorte de encontrar alguma "dona" generosa se trocando com a janela entreaberta, e praticamente não havia um dia sequer, que ele não tivesse uma historia para contar.
Aquele ritual, causava a curiosidade dos seus colegas de trabalho, e algumas raras vezes, ele emprestava seu binóculo para eles matarem a curiosidade. Não demorou muito, e uma boa parte dos seus colegas de trabalho começaram a adquirir aparelhos semelhantes (porém não russos, mas do Paraguai) para compartilhar desta pratica que divertia as madrugadas monótonas. Atividade que os mantinham acordados e alertas, tanto no seu trabalho quanto no que acontecia nas redondezas dali.
E o incrível é que as pessoas, mesmo estando em casa, de folga do trabalho, longe de obrigações... Seguem rituais e rotinas, que não quebram nem por decreto, e assim se tornam vulneráveis, e acreditem  sempre vai ter alguém a posto esperando o momento certo para se deliciar ou se divertir vendo e compartilhando, daquilo que talvez, não lhe fosse de direito. Mas por descuido, ou por generosidade de alguém, se torna público. E com certeza isso será o combustível para que no dia seguinte, no mesmo bat horário, alguém ansioso, estará esperando para "invadir privacidades"...