Ainda hoje enquanto comentava a respeito do rio daqui da minha cidade, o quanto em alguns pontos de sua extenção se pode observar os efeitos da inconciência humana. Se observa claramente o desrespeito do ser humano com o meio ambiênte e a poluição deste rio (ainda bem que em outros trechos, principalmente onde as habitações ainda não chegaram, se pode pescar peixes das mais variadas espécies e tamanhos). Eu lembrei de um fato que aconteceu comigo ha uns cinco anos atraz.
Desde pequeno, eu costumava acompanhar meu pai nas vezes em que ele embrenhava na mata para tirar lenha para abastecer o fogão a lenha que cozinhava e aquecia nossos alimentos. Até ai tudo bem, afinal de contas madeira para queimar só serve se ela estiver seca, ou seja, a gente retirava da mata madeiras que já haviam morrido e portanto estavam secas, sem vida. Mas também o mais grave: a gente não retirava só madeiras secas da mata, retiravamos também madeira verde, para fazer mourões, galinheiros, coberturas... Talvez por achar que nunca iria faltar, ou por falta de conhecimento, conciência ecológica, sei lá, o fato é que por muito tempo nós retiramos madeira das matas daqui, para o nosso consumo. E ha uns cinco anos atraz, eu precisei de umas madeiras para escorar a laje da casa que eu estava construindo, (a casa que moro hoje) e achei que poderia economizar o dinheiro das escoras, (pois cada uma custava quatro reias e cinquenta centavos, e eu iria precisar de umas sessenta escoras) e adivinha onde eu iria arrumar as madeiras? Peguei meu machado e minha foice e me embrenhei na mata. Estava até com saldades daquele cheiro de mato, do barulho dos pássaros... Então comecei a picar o machado pra cima. Sempre escolhendo as madeiras mais resistentes e firmes, que tinham casca fina (como bom conhecedor das espécies nativas que sou). Foi quando após eu já ter derrubado umas quatro arvores, escutei um barulho estranho, um barulho que nunca tinha ouvido antes nas muitas vezes que entrei naquela mata. Este barulho vinha do alto de uma árvore relativamente alta, eu me assustei, e quando olhei pra cima vi dois Bugíos ( macacos de médio pórte), não sei se eram um casal, mas o fato foi que quando olhei para aqueles dois animais olhando pra mim assustados, encabulados, parecia que estavam me pedindo pra parar com aquilo. Naquele momento me sobreveio um grande remorso, um arrependimento de estar destruindo o habitat natural daqueles animais a troco de uma economia idióta, que não me deixaria mais rico, e nem mais póbre. No mesmo momento suspendí o corte das árvores, levei pra casa as que já tinha derrubado pra não ficarem ali jogadas em vão, cabisbaixo e pensativo fiz a via sacra de volta pra casa, "que macacos me mordam" se eu vier a prejudicar novamente o meio ambiênte desnecessáriamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário