domingo, 18 de dezembro de 2011

Um doce por um beijo

Tudo era uma brincadeira,
e foi crescendo,crescendo e me absorvendo,
e derrepente eu me vi assim,
completamente seu...

Esta musica já não estava mais nas paradas de sucesso, quando o amor invadiu o coração daquele homem, que acabara de completar os vinte anos, e achava que era um expert no que diz respeito a relacionamento entre homem e mulher. Achava que nunca iria se apaixonar, e feria os sentimentos alheios sem se dar conta de que, na maioria das vezes, uma mulher  só se relaciona com um homem, quando tem algum sentimento.Para ele pouco importava, o que ele queria era se divertir.
Baladeiro, adorava uma roda de samba, de ir ao tradicional baile no Floresta FC, todos os finais de semana,e beijar na boca sem compromisso era uma obrigação.Caçador nato, ficava na espreita para ver se encontrava alguém interessante, e terminar noite acompanhado, de preferência alguém de que  no dia seguinte ele não precisasse lembrar o nome,não queria ninguém grudado no seu pé.Mas  algo inesperado aconteceu.Uma moça bonita,  que era sua vizinha, começou a despertar a curiosidade,daquele rapaz. Ela que pouco saía de casa, derrepente aparece na rua, agora com mais frequência, e apesar de ser muito nova, (somente quinze anos) começou a chamar a atenção da molecada da área, por ser muito bonita, divertida, comunicativa...O garanhão logo cresceu os olhos na moça.Achava que se a conquistasse,estaria passando a concorrência para traz,e de quebra colando mais uma figurinha no seu album.
Mas como  chegar perto daquela moça, pensava. Ela sempre acompanhada de muitas amigas e também os outros marmanjões estavam em cima,igual "urubú na carniça".Um pouco mais experiênte em relação aos "concorrentes", prefiriu adotar uma extratégia menos ostenciva, cortando caminho para tentar conquistar a moça (porque a molacada ia direto ao ponto,mostrando suas intenções maliciosas, e assustava a moça recém liberta do jugo familiar).Como já tinha certa amizade com os seus irmãos, se aproximou um pouco mais deles, para conhecer um pouco mais da rotina daquela bela jovem.Percebeu que o irmão caçula era muito paparicado por todos e principalmente por ela, que cuidava dele nos momentos que sua mãe e seus irmãos  trabalhavam, e  àquela época muito mais, porque sua mãe teria sofrido um AVC (acidente vascular cerebral) e perdido os movimentos do lado direito do corpo, e ela teria assumido a responsabilidade de cuidar do garoto.Então começou também a paparicar o pequeno garoto, sempre que o encontrava, a caminho do bar para comprar pão para a familia,(ele já tinha uns cinco ou seis anos) o espertalhão se aproximava do garoto e o acompanhava até o bar, e lá comprava vários doces para o menino.E sempre no caminho para o local dizia,que a irmã dele era muito bonita, e sempre mandava um recadinho para ela.Se ele estivesse certo seria quetão de tempo, e tudo se encaminharia para o bem,se a estratégia era boa ou não, ele não sabia, mais o fato é que ela pelo menos teria ficado mais simpática com ele.Agora já o comprimentava,sempre que ele estava por perto,ela cochichava algo,para sua amiga,e ficaram sorrindo, ele só não sabia era, se riam para ele, ou se riam dele.
E em um mês de julho muito frio de 1988,ele a encontrou perto da suas casas, e desta vez, estava só, ela abriu um enorme sorriso e o comprimentou, ele a respondeu e ficou mudo por alguns instantes, refeito do baque inicial, iniciou uma conversa fiada para tomar folego até que conseguisse pensar.Está muito frio hoje não? perguntou, ela sem titubear responde, sim, mas nada que não se resolva com o calor humano.O Don Ruam quase cai de costa com a respósta da moça, ele não imaginava que ela tomaria a iniciativa desta forma.Mas como ele esperava por este momento já ha alguns dias, se recompôs, entendeu o recado e partiu para o ataque.Não poderia deixar ela tomar conta da situação...
Muitos invernos,verãos e primaveras se passaram depois daquele inesquecível julho de 88,em que a caça se tornou caçador.Aquele que não queria as mulheres no seu pé,se vê acorrentado pela força do amor louco, incondicional, imortal... Do qual até hoje é escravo, súdito, dependente, e pelo tal não deseja ser liberto...

Nenhum comentário:

Postar um comentário